quarta-feira, 14 de julho de 2010

Mais de 12 milhões saíram da condição de pobreza, mas taxas ainda são altas

Por: Camila F. de Mendonça
13/07/10 - 15h10
InfoMoney


SÃO PAULO – Em 13 anos, o número de pessoas que saíram da condição de pobreza absoluta caiu 33,6%. De acordo com estudo feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e divulgado nesta terça-feira (13), 12,8 milhões de pessoas passaram a receber mais que meio salário mínimo mensal.

Com a queda, a taxa nacional de pessoas que vivem nessas condições passou de 43,4%, verificados em 1995, para 28,8% em 2008. O estudo ainda mostra que 13,1 milhões de brasileiros saíram da condição de pobreza extrema – condição de quem recebe até um quarto de salário mínimo por mês. Com isso, a taxa da categoria passou de 20,9% em 1995 para 10,5% em 2008 - uma queda de 49,8%.

Redução não é uniforme
O estudo mostra, contudo, que as reduções não foram verificadas de modo uniforme entre as regiões do País. A região Sul foi a que apresentou as maiores quedas tanto na taxa de pobreza extrema, quanto na taxa de pobreza absoluta, de 59,6% e 47,1%, respectivamente.

Já a região que apresentou a menor redução da taxa de pobreza absoluta entre 1995 e 2008 foi a Centro-Oeste (-12,7%). Na região Norte ocorreu a menor redução da taxa de pobreza extrema: -22,8%.

Mesmo com todas essas quedas, as taxas de pobreza ainda são altas. Em 2008, a taxa de pobreza extrema ainda era de 24,9% na região Nordeste. Já a taxa de pobreza absoluta ainda era de 49,7% na mesma região.

Confira na tabela abaixo, as reduções das taxas de pobreza absoluta e extrema nas cinco regiões do país entre 1995 e 2008, bem como a taxa atualizada das duas categorias, conforme apurou o Ipea:

Evolução das taxas de pobreza extrema e absoluta no País
Regiões Evolução (p.ext.) Taxa em 2008 Evolução (p. abs.) Taxa em 2008
Sul -59,6% 5,5% -47,1% 18%
Sudeste -41% 6,9% -34,8% 19,5%
Nordeste -40,4% 24,9% -28,8% 49,7%
Centro-Oeste -33,7% 11,6% -12,7% 37%
Norte -22,8% 17,6% -14,9% 42,8%

Estados
Considerando os estados, o estudo mostra uma redução maior na taxa acumulada de pobreza absoluta no período analisado em Santa Catarina, onde a queda foi de 61,4%, Paraná (52,2%) e Goiás (47,3%). Por outro lado, Amapá (12%), Distrito Federal (18,2%) e Alagoas (18,3%) registraram as menores quedas na taxa entre 1995 e 2008.

Nessa categoria, em 2008, os estados que apresentaram a maiores taxas de pobreza absoluta foram Alagoas, onde atinge 56,6%, seguido por Maranhão (55,9%) e Piauí (52,9%). Em 1995, os estados que apresentavam as maiores taxas nessa categoria eram Maranhão (77,8%), Piauí (75,7%) e Ceará (70,3%).

Já com relação à taxa de pobreza extrema, os estados que apresentaram, em 2008, as maiores taxas foram Alagoas (32,3%), Maranhão (27,2%) e Piauí (26,1%). Já aqueles que apresentavam a maior taxa em 1995 eram Maranhão (53,1%), Piauí (46,8%) e Ceará (43,7%).

Desigualdade de renda
O estudo do Ipea ainda revela que a desigualdade de renda registrou queda no período analisado, ao passar de 43,4% para 28,8%.

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