quinta-feira, 15 de julho de 2010
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Mais de 12 milhões saíram da condição de pobreza, mas taxas ainda são altas
InfoMoney
SÃO PAULO – Em 13 anos, o número de pessoas que saíram da condição de pobreza absoluta caiu 33,6%. De acordo com estudo feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e divulgado nesta terça-feira (13), 12,8 milhões de pessoas passaram a receber mais que meio salário mínimo mensal.
Com a queda, a taxa nacional de pessoas que vivem nessas condições passou de 43,4%, verificados em 1995, para 28,8% em 2008. O estudo ainda mostra que 13,1 milhões de brasileiros saíram da condição de pobreza extrema – condição de quem recebe até um quarto de salário mínimo por mês. Com isso, a taxa da categoria passou de 20,9% em 1995 para 10,5% em 2008 - uma queda de 49,8%.
Redução não é uniforme
O estudo mostra, contudo, que as reduções não foram verificadas de modo uniforme entre as regiões do País. A região Sul foi a que apresentou as maiores quedas tanto na taxa de pobreza extrema, quanto na taxa de pobreza absoluta, de 59,6% e 47,1%, respectivamente.
Já a região que apresentou a menor redução da taxa de pobreza absoluta entre 1995 e 2008 foi a Centro-Oeste (-12,7%). Na região Norte ocorreu a menor redução da taxa de pobreza extrema: -22,8%.
Evolução das taxas de pobreza extrema e absoluta no País | ||||
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Regiões | Evolução (p.ext.) | Taxa em 2008 | Evolução (p. abs.) | Taxa em 2008 |
Sul | -59,6% | 5,5% | -47,1% | 18% |
Sudeste | -41% | 6,9% | -34,8% | 19,5% |
Nordeste | -40,4% | 24,9% | -28,8% | 49,7% |
Centro-Oeste | -33,7% | 11,6% | -12,7% | 37% |
Norte | -22,8% | 17,6% | -14,9% | 42,8% |
Fonte: Ipea |
Estados
Considerando os estados, o estudo mostra uma redução maior na taxa acumulada de pobreza absoluta no período analisado em Santa Catarina, onde a queda foi de 61,4%, Paraná (52,2%) e Goiás (47,3%). Por outro lado, Amapá (12%), Distrito Federal (18,2%) e Alagoas (18,3%) registraram as menores quedas na taxa entre 1995 e 2008.
Já com relação à taxa de pobreza extrema, os estados que apresentaram, em 2008, as maiores taxas foram Alagoas (32,3%), Maranhão (27,2%) e Piauí (26,1%). Já aqueles que apresentavam a maior taxa em 1995 eram Maranhão (53,1%), Piauí (46,8%) e Ceará (43,7%).
Desigualdade de renda
O estudo do Ipea ainda revela que a desigualdade de renda registrou queda no período analisado, ao passar de 43,4% para 28,8%.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Entrevista com Dilma na Carta Capital
Um enorme painel da candidata ao lado de seu mentor, o presidente Lula, punhos cerrados no ar, emoldura o cenário da entrevista. Dilma Rousseff posta-se bem à frente da própria imagem. Desconfortável no início com perguntas pessoais, ela se solta aos poucos, enquanto defende as realizações do atual governo e explica o que pretende fazer se eleita. Basicamente, aprofundar o processo de inclusão social que, afirma, não se esgota em um ou dois mandatos. Talvez por isso, ao se referir a uma eventual gestão sua, prefira a palavra “pe¬ríodo”. No centro desse “período”, promete, estará o compromisso de levar o País ao clube das nações desenvolvidas, com a erradicação da miséria, o foco na educação e na cultura. “Minha meta é levar nossa população à classe média, no mínimo.”
Dilma não é Lula. E uma discípula, uma aluna. Mas uma aluna aplicada, vê-se. Como nunca disputou eleição, a ex-ministra da Casa Civil replica o “mestre” ao usar o recurso de contar historinhas nas respostas por vezes pouco concisas. Também se percebe na candidata o cuidado de evitar certas polêmicas durante a campanha, o que não inclui fugir às perguntas sobre seu envolvimento na luta armada durante a ditadura. “Tenho muito orgulho de ter resistido do primeiro ao último dia.”
Alvo de seguidas denúncias, nunca comprovadas, desde que Lula anunciou ser ela a sua candidata ao governo, afirma não acreditar que a imprensa brasileira seguirá o exemplo da venezuelana e se tornar cada vez mais hostil diante da possibilidade crescente de permanência do PT no poder. Por ser contraproducente. “De que adianta? Mais do que somos criticados, e daí?” Na entrevista, a pré-candidata disse ser contra a descriminalização das drogas, defendeu a reconstrução do Estado e repeliu os estereótipos. “Nunca me senti uma pessoa infeliz. Não sou carente, sou alegre.”
CartaCapital: Neste ano, o Brasil pode escolher a primeira mulher presidente. Faz diferença?
Dilma Rousseff: Faz toda a diferença, porque tem uma história de poucos direitos para as mulheres. Até o direito de voto para as mulheres é muito recente no Brasil, menos de cem anos. E ainda têm grandes desigualdades, que vão desde – apesar de as mulheres terem maior nível de escolaridade – ganhar dois terços do salário dos homens até o fato de existir violência familiar contra a mulher. Outro dia aproximou-se de mim um casal jovem, o rapaz carregava um menino de uns 3 anos, e a mulher, uma moça loira, vinha com uma menina, de vestido com¬prido, bonitinha, cabelo encaracolado. Chamava Vitória. E a mãe falou assim: “Eu trouxe a Vitória para que você diga a ela que as mulheres podem, que mulher pode”. Eu olhei pra Vitória e perguntei: ‘mulher pode o quê?’ E ela: “ser presidente”. Eu disse: ‘Vitória, mulher pode ser presidente. Porque isso faz parte do sonho que toda criança tem: quero ser pirata, toureiro. Mas também pode querer ser presidente e mulher nunca quis. Uma menina que quer é sinal dos tempos. E ela se chama Vitória, achei simbólico’.
CC: Mas existe um modo feminino de governar?
DR: Tem um modo feminino inegável na vida privada. Nós cuidamos, providenciamos e incentivamos. E interessante levar isso para a vida pública. Vou contar outra historinha. Foi uma senhora, de seus 50 anos, a um sindicato, muito incomodada com a oposição homem e mulher. E ela sintetizou o problema da seguinte forma: “Somos 52% da população, mas os outros 48% são nossos filhos. De maneira que, se formos presidentes, fica tudo em casa. Ou seja, damos conta de cuidar das mulheres e dos homens, até porque a nossa relação com os homens não é de oposição. O olhar feminino não é excludente”.
CC: Já foi, nos primórdios do feminismo.
DR: Talvez no começo, porque, sempre que se afirma alguma coisa, torna a diferença muito forte. A mulher, para ter consciência de que era discriminada, teve de fazer esse movimento. Mas não acredito que, hoje, esse seja um processo que crie diferenciação, desigualdade. Nenhuma política feminina é uma política anti-homem.
CC: Curiosamente, a senhora tem avançado menos no eleitorado feminino. Por que acha que isso acontece?
DR: Acho que tem razão o (cientista político) Marcos Coimbra. Ele fez uma avaliação correta: há o fato de a mulher não ter tanto acesso à informação quanto o homem. Muitas ainda não me conhecem. Quando se separa o universo das mulheres que me conhecem e as que conhecem o outro candidato, eu tenho mais aprovação do que ele.
CC: A senhora falou da menina que queria ser presidente, mas costuma dizer que este nunca foi um sonho seu. Agora que é candidata, acalenta algum projeto?
DR: Caminhar para que este seja um país desenvolvido. Foi o que o presidente Lula construiu e que a gente pode fazer.
CC: Se formos resumir, a marca do governo Lula é a inclusão. Qual seria a marca de um governo Dilma?
DR: Por que não pode ser a da inclusão também? Essa ânsia de novidade encobre uma questão seriíssima: este ainda é um país emergente, com um grau grande de desigualdade, e que pode, a partir de agora, porque acumulamos um conjunto de conquistas, trilhar o caminho do desenvolvimento. E isso não pode ser só com uma taxa de crescimento do PIB determinada, uma política de estabilidade macroeconômica. A minha meta é erradicar a miséria, levar nossa população, os mais pobres, à classe média, no mínimo. Isso é um projeto de desenvolvimento, mas eu também tenho um projeto de Nação. Este país não transitará para uma economia desenvolvida se não tivermos educação de qualidade, estando no centro da educação o professor, que tem de ter salário digno. Quem fala em educação de qualidade e não fala do professor está jogando pérolas aos porcos. Todo mundo diz que temos um bônus demográfico, que a nossa população em idade ativa é maior do que a população dependente, isto é, crianças, jovens e idosos. Outro dia fui brincar que o conceito de idoso estava mais flexível, porque tenho 62 anos e não sou idosa, e a imprensa toda deu que eu mexeria na idade da aposentadoria, que mudaria a previdência.
CC: E não será necessário, em algum momento?
DR: Não tem reforma da Previdência. Se você começar a fazer reforma da Previdência, acontece o seguinte: a primeira que fizemos deu uma corrida para a aposentadoria. Acaba criando um efeito contrário ao que se pretende. Mas, voltando, também vamos discutir a nossa cultura, a política cultural ocupará um espaço cada vez maior nesse processo. Não podemos permitir que não existam salas de cinema na periferia do Brasil, que o povo não tenha acesso a bibliotecas, à sua própria cultura.
CC: Em suma, vai ampliar o que foi feito durante o governo Lula?
DR: Não falo de só ampliar, não, falo de avançar. Se não avançar, não está continuando. O que o Lula construiu para o futuro? Um alicerce. Saímos de uma situação mais drástica, que foi a que nós recebemos do governo. Vamos relembrar bem: era uma situação de estagnação, desigualdade e desemprego. Podem falar o que quiser. Olhem estatísticas, meus filhos. E entramos numa era de prosperidade, que tem vários componentes: não é só inclusão, é mobilidade social, que significa que as pessoas podem subir na vida. É transformar as vantagens comparativas em competitivas, explorar as matrizes energéticas, o pré-sal, dar força à agricultura. Não somos aqueles países que têm petróleo e têm a maldição do petróleo, a pobreza no meio da abundância, o povo pobre e a riqueza do petróleo. Temos uma economia diversificada. Se a gente apostar na educação, vamos inovar também. Não se cria oportunidade no Brasil se não inovar. Se não formarmos engenheiros, físicos e matemáticos neste país, não vamos crescer adequadamente.
CC: A senhora promete erradicar a miséria em seu mandato. Mas o IPEA fala que erradicar a pobreza extrema só é possível em 2016.
DR: Miserável é quem tem renda de até um quarto do salário mínimo. Pobre é até meio salário mínimo. Em 2003, tínhamos um total de 77,8 milhões de pobres e passamos para 53 milhões no governo do presidente Lula. O contingente de miseráveis em 2003 era de 37,4 milhões e passou para 19,6 milhões. (Vira- se para o braço direito, Anderson Domeles: – Anderson, dá o meu papel. Já fiz essa conta. Prefiro o meu papel.) Então, a gente tem de buscar eliminar esses 19,6 milhões de miseráveis, mas acho que também temos de olhar os 24 milhões de pobres. Só não digo que será no meu período, nem estou dizendo que será em 2014. Mas, se você não colocar a meta clara e tornar isso um ponto político da pauta, passa batido. Erradicar a miséria está no centro da pauta do projeto de continuidade com avanço do governo Lula.
CC: Mas qual vai ser o caminho? A ampliação dos programas sociais ou o crescimento?
DR: As duas coisas. O aumento da renda em 70% se deve à formalização do trabalho. O fato de manter uma taxa de crescimento e torná-lo sistemático formaliza o trabalho. Mas quem ganha até um quarto de salário mínimo teve programas sociais de dois tipos: tem o de proteção da renda, que é o Bolsa Família, e tem programa social com uma certa perenidade. Exemplo, na área rural, onde se concentra um grande número de miseráveis, fizemos a política de agricultura familiar, multiplicamos por cinco o financiamento, criamos assistência técnica. E teve outro programa que beneficiou a pobreza rural no Brasil, o Luz Para Todos. Não se eleva socialmente ninguém se não olhar para as condições que se pode ter para fazer renda. E uma delas, imprescindível, é energia elétrica. A grande política do meu período é manter essa política rural e chegar a uma questão fundamental: as cidades. As cidades no Brasil são o local das desigualdades. Nas cidades se manifestou o que há de mais perverso no Brasil, a retirada do Estado – aí vale para município, estado e governo federal – das periferias. Uma grande conquista deste governo também foi indicar caminhos. Pega o que está sendo feito no Rio, em Manguinhos, no Alemão, Pavão- Pavãozinho. É a volta do Estado.
CC: Ainda é preciso fazer uma reforma agrária de grande monta?
DR: Tivemos um processo de reforma agrária muito significativo, foram 500 mil hectares. Não é trivial. Ainda tem gente para ser assentada, mas política de assentamento não é só comprar terra. A forma como se fazia assentamento antes era colocar o cara no meio do nada. A agricultura familiar no Brasil deu certo porque tem um suporte no programa de aquisição de alimentos. Tem seguro, garantia à safra, política de preço mínimo. Demos um tecido econômico social, de apoio, à pequena propriedade no Brasil, que responde por 40% da riqueza que se gera no campo.
CC: Mas se uma grande parte da miséria, como a senhora falou, está na zona rural, tem algum problema aí. Talvez tenha faltado reforma agrária.
DR: Vou repetir: não se resolve o problema do campo só dando terra. Tem de dar condições de produzir, sustentar a produção, apoio com assistência técnica, comprar a produção, garantir a comercialização, o acesso ao trator.
CC: A senhora acha que, se o PT vencer as eleições, a mídia tende a se tornar hostil, como ocorre na Venezuela?
DR: A Venezuela não é nem sequer parecida conosco. Lá é uma economia de dois setores, portanto, uma sociedade que tende a refletir dois setores. De um lado, tem o petróleo e, do outro, o resto. E só ver a participação que tem a renda do petróleo na Venezuela, ver a história da Venezuela. E dinheiro que eles não sabem o que fazer com ele, ainda é assim.
CC: Mas a imprensa brasileira, como a de lá, não tende a se tornar hostil a ama permanência a longo prazo do PT no poder?
DR: De que adianta? Qual a eficácia? Mais do que somos criticados, e daí? Qual a nossa aprovação? 76%…
CC: Como a senhora recebe essa acusação, que deve se intensificar durante a campanha, de ter sido “terrorista”?
DR: Tenho dúvidas de que vai se intensificar uma coisa dessas, porque é contraproducente. A discussão sobre a resistência à ditadura é contraproducente para quem não resistiu. Sinto muito orgulho de ter resistido do primeiro ao último dia, de ter ajudado o País a transitar para a democracia e de não ter mudado de lado. E muito interessante a forma como eles entenderam a metáfora que o presidente fez com o (Nelson) Mandela. O que ele falou foi o seguinte: o Mandela, talvez o maior pacifista dos últimos tempos, foi uma pessoa que recorreu à luta armada no país dele, porque não tinha outra solução. Parodiando Tolstoi, que disse que todas as famílias felizes são iguais e todas as famílias infelizes são infelizes cada uma à sua maneira, todas as ditaduras são iguais e todas as democracias são cada uma à sua maneira. As ditaduras têm uma mania muito peculiar que as caracteriza: excluir de forma violenta todos os que não pensam como eles. O que queríamos caracterizar naquele momento era a existência de uma violência de Estado que levou pessoas, nos mais variados locais, a tomar posições firmes diante da ditadura. Eu tomei.
CC: Por que a senhora apoiou a decisão do STF de não rever a Lei da Anistia?
DR: Eu sou a favor da legalidade. O Supremo decidiu e, até pelo que quero ser, não tenho a menor condição de ficar fazendo confronto com o Supremo.
CC: Discordar não é confrontar.
DR: Para o papel a que me proponho assumir, é sim.
CC: O que pedimos é uma opinião pessoal.
DR: Esta é a minha opinião pessoal. É ter consciência e maturidade para perceber que uma decisão do Supremo, num país como o Brasil, tem de ser respeitada. Como Presidente da República, que é o que quero ser, seria desrespeito. A partir do momento que se decidiu, está decidido. A não ser que se queira criar turbulência e instabilidade. Eu não quero.
CC: Como a senhora pretende lidar com o toma-lá-dá-cá no Congresso?
DR: Como lidei, uai! Eu lidei com esse toma-lá-dá-cá, ou não?
CC: Mas, e diante de um episódio como o do mensalão? Todo mundo fala que. não fosse por sua habilidade, o presidente Lula não teria se mantido no cargo quando se chegou a falar até em impeachment…
DR: A habilidade do presidente consistiu em ir para os movimentos sociais e deixar claro que impeachment não seria uma coisa adequada à democracia no Brasil. O presidente não fez nenhum toma-lá-dá-cá nessa questão.
CC: Mas é preciso negociar com o Congresso o tempo inteiro.
DR: Não concordo que a relação que tivemos ao longo desse tempo com o Congresso foi de toma-lá-dá-cá. Foi uma relação de negociar, porque tem oposição. O governo é a arte de negociar, não há nenhum mal em dialogar.
CC: Há uma crítica recorrente de que o Estado brasileiro tem cargos comissionados demais e isso serve para comprar apoio político.
DR: O Estado brasileiro ainda é um pouco desequilibrado. Herdamos um Estado que fazia corte linear, doa a quem doer. A manifestação maior desse modelo é o que encontrei nas Minas e Energia. Um engenheiro na ativa para 20 motoristas, em um ministério que cuidava de petróleo, de gás, biocombustível, energia elétrica… Não se pode ter uma visão simplificada do que se quer de um Estado. Eu quero um Estado meritocrático e profissional. Hoje, ele ainda está descompensado, começamos a remontar no governo Lula e vamos continuar. A questão das indicações políticas existe nos Estados Unidos, na França, na Alemanha, em todas as democracias. Essa conversa de aparelhamento do PT… Vamos lembrar o que houve em outros governos. Como se fosse só o PT a fazer nomeação política.
CC: O PT faz porque todos fazem, é isso?
DR: Não vou fazer tabula rasa disso. Pode ter, sim, nomeação política, o que não pode é não ter critérios técnicos. Posso receber uma nomeação política de um partido da minha base, ele vai me dar um nome, e nós vamos olhar.
CC: Não é o contrário? Olha-se o que tem para encaixar o apadrinhado?
DR: Não, normalmente indicam nomes com a ficha toda da pessoa. Essa conversa do aparelhamento do Estado é preconceito. Tentam estigmatizar, é uma coisa muito velha, lacerdista, de república de sindicalistas.
CC: Para alguns desenvolvimentistas, o Brasil está num processo de desindustrialização, por causa do câmbio. A senhora concorda?
DR: Não há nada que a gente não possa compensar com duas coisas: política industrial e financiamento. Mas acho importante que a taxa de juro real do País caia e convirja para as internacionais. Caminhamos celeremente para isso na próxima década. Se o Brasil mantiver uma taxa de crescimento de 5,5% ao ano, vamos ter uma redução do endividamento e aumento do PIB. E aí não há a menor possibilidade de não ter redução da taxa de juro real. O que não dá é achar que se faz isso por decreto.
CC: O Banco Central no seu governo será uma Santa Sé, como comparou José Serra?
DR: Acho inapropriada a comparação, é o tipo da problemática que não constrói nada. Não tenho o que falar a respeito.
CC: A senhora tem falado do combate ao crack, mas as políticas antidrogas têm fracassado. Sob que ótica se daria esse combate?
DR: O primeiro mecanismo é a prevenção. Não se combate droga sem repressão, tem de levantar a rota e combatê-la, mas só isso não adianta, está para lá de provado. Tem de fazer a prevenção e o apoio, e o apoio é complicado porque tem de apostar que tira o cara do crack depois que ele entrou. Há várias discussões a respeito, há casos que a pessoa saiu, mas não é fácil, não é igual às outras drogas. É altamente viciante e mata em seis meses. Não é algo, inclusive, que tenha tradição mundial, há dificuldade de fazer.
CC: O que a senhora acha da descriminalização das drogas, de maneira geral?
DR: Hoje não concordo. Não vou dizer que, numa crise de droga da proporção do crack no Brasil, caiba esse tipo de discussão agora. Não temos estrutura para isso e não temos como discriminar o que pode e o que não pode.
CC: A senhora foi muitos anos do PDT. Seu grande ídolo político é Leonel Brizola? Existe alguma idéia brizolista que poderá ser aplicada em seu governo?
DR: Admirei muito o Brizola. Tinha características muito importantes, uma grande noção de soberania. O compromisso com a educação conflui com o que a gente tem. A escola em tempo integral não basta mais, é pouco, o País mudou, mas a gente tem de reconhecer que ele deu uma grande contribuição. O Brizola pensou na educação em 1962, e o Miguel Arraes na eletrificação rural, na mesma época. Enxergaram problemas que no Brasil não se enxergava. Quando se olha para trás, a política de Arraes e de Brizola nos estados deles foi excepcional.
CC: O Chico Buarque, outro dia, disse que votaria na senhora por causa do Lula, mas que não via grandes diferenças entre um governo seu e um de José Serra. O que a senhora diria para o Chico?
DR: Talvez ele não me conheça (risos). Aliás, por culpa minha, eu é que tinha de procurá-lo. Até devo a ele um telefonema, não pude ir à casa dele no dia em que dona Maria Amélia, sua mãe, morreu. O presidente Lula foi e não pude acompanhá-lo. Mas pretendo procurar o Chico e agradecer pela opção.
CC: A senhora não pareça ter sido muito vaidosa no passado e agora ganhou um upgrade no visual. Está gostando?
DR: Ah, a gente sempre curte, sempre é bom. Mas é um cabelo mais simples, né? (Alisa o cabelo, mais curto, mais claro e sem um fio fora de lugar.) E mais fácil de arrumar do que o seu. Mas eu gosto, não acho ruim, não.
CC: Acha que vão surgir muitos pretendentes… presidente e de visual novo?
DR: É o tipo da coisa que não dá tempo nem de a gente pensar, nessa função. Agora, não sou contra, não, viu? As pessoas namorarem, coisas assim. Acho bom.
CC: Se a senhora fosse se comparar a uma mulher governante, estaria mais para Michelle Bachelet ou para Margaret Thatcher?
DR: Ah, Bachelet, sem dúvida, óbvio. Não tenho a posição conservadora da Thatcher.
CC: Mas a pintam como dama-de-ferro, não?
DR: É um estereótipo. Toda mulher é dama-de-ferro? Nunca vi um senhor-de-ferro, você já viu algum?
CC: Qual é, hoje, o maior entrave para o Estado brasileiro conseguir ser eficaz nos investimentos?
DR: Ainda tem muita burocracia herdada do período em que a ordem era não gastar. Houve um processo muito difícil de gestão da coisa pública e se criou uma série de entraves ao investimento. É fundamental reconstruir o planejamento, a capacidade de fazer projeto. O Estado pode demandar projetos.
CC: A senhora acha que as entidades fiscalizadoras, como o Tribunal de Contas da União (TCU), agem com excesso de zelo?
DR: Tive uma experiência muito boa com o TCU, que, inclusive, reconhece que o PAC tinha menos problemas do que qualquer outro programa do governo, pelo nível de acompanhamento direto nosso. Não acho que a questão de fundo seja essa. O que há é uma discrepância entre a qualidade da estrutura que fiscaliza, que se manteve ao longo dos anos intacta, que teve profissionalismo, que tem engenheiro ganhando a partir de 12 mil, e a estrutura que executa, onde o inicial é 4 mil ou 5 mil reais. Essa discrepância vai ter de ser alterada, tem de fazer plano de cargos e salários. Não pode ficar perdendo seus melhores quadros, senão não se consegue elaborar, olhar o futuro. E ninguém resolve isso no horizonte de um governo. Vamos ter de resolver a meritocracia no Estado brasileiro no horizonte de uma década. Levaram 20 anos desmontando, não se constrói de um dia para o outro.
CC: Privatizar é um tema banido no PT ou ainda existe algo privatizável?
DR: Privatizar patrimônio público, banco, estatal do nível da Petrobras e da Eletrobrás, é absolutamente absurdo e a vida nos deu razão. A crise mundial recente nos deu muita razão. Sem essas empresas não teríamos nos saído tão bem. A Caixa Econômica mudou, o Banco do Brasil mudou. O BNDES era uma central para fazer projetos para privatizar empresas brasileiras. Hoje faz projetos para expandir empresas brasileiras, é diferente.
CC: A senhora parece aquele tipo de mulher que as durezas da vida fizeram revestir-se de uma armadura. E difícil ter de se livrar dela agora, em campanha, ficar. como se diz, mais soft?
DR: Isso é um baita estereótipo. Quem não criou, depois de 60 anos de vida, vários mecanismos de defesa? Me mostre um bicho sem nenhuma carapaça que sobreviveu. Somos todos fundamentalmente muito parecidos. Nos defendemos, nos desmontamos, nos abrimos para as pessoas. Depende da circunstância. Não posso ficar chorando o dia inteiro sendo ministra-chefe da Casa Civil, me comovendo às lagrimas. Agora, se eu vir um filme comovente. choro. Como ministra, não podia ficar na emoção sistemática, porque ou eu segurava o touro a unha ou o touro picava a mula. O pessoal vende umas histórias esquisitíssimas. Talvez a suposição seja que sou um E.T. A verdade é que tive uma vida muito boa, tirando a prisão na época da ditadura. Casei, tive filho, vivi bem com meu marido, sou amiga do meu ex-marido, ele é que nem meu parente. Nunca me senti uma pessoa infeliz, não sou carente, sou alegre. Gosto de viver
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Palestrante no Pré Congresso da Educação de MT. Julio Viana fala sobre "Regime de Colaboração e Financiamento"
Atividades antecedem o XIV Congresso Estadual do Sintep/MT, que ocorrerá de 02 a 05 de setembro, em Cuiabá |
O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) está realizando seminários pré-congressuais em todas as regiões do Estado. Os encontros ocorrerão até o dia 17 de julho. No próximo sábado (10), é a vez dos polos regionais Sul I e II, e Médio Norte I e II receberem os eventos. As atividades antecedem o XIV Congresso Estadual do Sindicato, que ocorrerá de Em Rondonópolis, o encontro ocorrerá às 8h, na Escola Sagrado Coração de Jesus, com participação do secretário de Comunicação licenciado do Sintep/MT, Julio Cesar Martins Viana. Ele vai falar sobre "Regime de Colaboração e Financiamento". Já a diretora do Centro de formação de Professores (Cefapro) de Rondonópolis, Flávia Martins, abordará "Reorganização Curricular". O diretor regional do polo Sul I, Bartolomeu Basili, destacou a importância do debate acerca desses temas. "São assuntos fundamentais para conquistarmos as políticas públicas necessárias à qualidade na educação", ressaltou. A estimativa é que cerca de 140 pessoas participem do evento. A programação contará ainda com trabalhos em grupos, análise de emendas ao texto base e eleição dos delegados para a etapa estadual. A expectativa também é positiva para o seminário pré-congressual do polo Médio Norte I. De acordo com o diretor regional, Antônio Márcio Ramos, a participação dos trabalhadores da educação nos encontros municipais foi efetiva. "A categoria tirou várias proposições de emendas ao texto base e acredito que os apontamentos terão importante contribuição no Congresso Estadual", afirmou. O encontro, que ocorrerá a partir das 8h, no Hotel Gaúcho, em Tangará da Serra, deve contar com a presença de 80 pessoas. Os municípios - O encontro do polo Sul I contempla os municípios de Alto Araguaia, Alto Garças, Alto Taquari, Guiratinga, Itiquira, Pedra Preta, Rondonópolis, São José do Povo e Tesouro. Já a regional Sul II abrange Campo Verde, Dom Aquino, Jaciara, Juscimeira, Nova Brasilândia, Paranatinga, Planalto da Serra, Poxoréu, Primavera do Leste e São Pedro da Cipa. Os municípios de Arenápolis, Barra do Bugres, Campo Novo do Parecis, Denise, Nortelândia, Nova Marilândia. Nova Olímpia, Porto Estrela, Santo Afonso, Sapezal e Tangará da Serra pertencem ao polo Médio Norte I. Por fim, o seminário do Médio Norte II contará com trabalhadores da educação de Alto Paraguai, Diamantino, Nobres, Nova Maringá Nova Mutum, Rosário Oeste, Santa Rita do Trivelato e São José do Rio Claro. Etapa Estadual - De acordo com o secretário de Políticas Educacionais do Sintep/MT, Henrique Lopes, são esperados cerca de mil participantes de Mato Grosso no XIV Congresso Estadual do Sintep/MT. "A expectativa é que os profissionais da educação tragam contribuições significativas para as discussões da etapa estadual", afirmou. O tema principal do evento "Qualidade na aprendizagem com promoção profissional" está ancorado em três eixos: regime de colaboração, reorganização curricular e valorização profissional. |
Pau e Prosa Comunicação |
Comércio: expressiva participação feminina
quinta-feira, 8 de julho de 2010
CUT e centrais lançam manifesto
Escrito por Leonardo Severo | |
08/07/2010 | |
“Serra: impostura e golpe contra os trabalhadores”. Documento denuncia teorias e práticas do candidato tucano As centrais sindicais lançaram manifesto conjunto na última quarta-feira (7) onde alertam a população para que não se deixe enganar pelas mentiras veiculadas na rádio e na televisão por José Serra, candidato de Fernando Henrique e do PSDB à Presidência da República, a respeito de pretensas medidas que teria proposto em prol da classe trabalhadora. Sob o título “Serra: impostura e golpe contra os trabalhadores”, CUT, Força, CGTB, CTB e NCST denunciam que “o candidato José Serra (PSDB) tem se apresentado como um benemérito dos trabalhadores, divulgando inclusive que é o responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e por tirar do papel o Seguro-Desemprego. Não fez nenhuma coisa, nem outra. Aliás, tanto no Congresso Nacional quanto no governo, sua marca registrada foi atuar contra os trabalhadores”. De acordo com as centrais, “a mentira tem perna curta e os fatos desmascaram o tucano”. Na avaliação dos presidentes Artur Henrique, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Miguel Torres (em exercício), da Força Sindical; Antonio Neto, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB); Wagner Gomes, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e José Calixto Ramos, da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), o fundamental é que a população seja informada, para que dimensione o tamanho da falsidade que vem sendo divulgada pelo PSDB. “A verdade”, esclareceram, é que “o seguro-desemprego foi criado pelo decreto presidencial nº 2.284, de 10 de março de 1986, assinado pelo então presidente José Sarney. Sua regulamentação ocorreu em 30 de abril daquele ano, através do decreto nº 92.608, passando a ser concedido imediatamente aos trabalhadores”. Da mesma forma, “o FAT foi criado pelo Projeto de Lei nº 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB-RS). Um ano depois Serra apresentou um projeto sobre o FAT (nº 2.250/1989), que foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara dos Deputados, na sessão de 13 de dezembro de 1989, uma vez que o projeto de Jorge Uequed já havia sido aprovado”. Na Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988), o candidato tucano votou reiteradamente contra os trabalhadores, assinala o manifesto: “Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas; não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo; não votou pelo abono de férias de 1/3 do salário; não votou para garantir 30 dias de aviso prévio; não votou pelo aviso prévio proporcional; não votou pela estabilidade do dirigente sindical; não votou pelo direito de greve; não votou pela licença paternidade; não votou pela nacionalização das reservas minerais”. Por isso, recordam os sindicalistas, “o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), órgão de assessoria dos trabalhadores, deu nota 3,75 para o desempenho de Serra na Constituinte”. Vale lembrar que no primeiro turno da Constituinte, o atual candidato tucano tirou nota 2,50 e, no segundo turno, por se ausentar em várias votações em que havia votado contra, levou nota 5,0 – o que lhe elevou a média para 3,75. Conforme o manifesto, “é por essas e outras que Serra, enquanto governador de São Paulo, reprimiu a borrachadas e gás lacrimogêneo os professores que estavam reivindicando melhores salários; jogou a tropa de choque contra a manifestação de policiais civis que reivindicavam aumento de salário, o menor salário do Brasil na categoria; arrochou o salário de todos os servidores públicos do Estado de São Paulo”. “As Centrais Sindicais brasileiras estão unidas em torno de programa de desenvolvimento nacional aprovado na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, em 1º de junho, com mais de 25 mil lideranças sindicais, contra o retrocesso e para garantir a continuidade do projeto que possibilitou o aumento real de 54% do salário mínimo nos últimos sete anos, a geração de 12 milhões de novos empregos com carteira assinada, que acabou com as privatizações, que descobriu o pré-sal e tirou mais de 30 milhões de brasileiros da rua da amargura”, conclui o documento. | |
Atualizado em ( 08/07/2010 ) |
Censo escolar 2009 reforça desafios para a formação e o trabalho docente no Brasil
Primeiramente, a CNTE lamenta o fato de o censo não captar outras informações importantes para o planejamento das políticas de valorização dos trabalhadores da educação, a exemplo dos salários, da jornada de trabalho e da implementação de planos de carreira nas redes de ensino. O censo também omite uma parte da categoria, os funcionários de escola, recentemente reconhecidos como legítimos trabalhadores e profissionais da educação pela Lei 12.014. E esperamos que essas ausências e omissões sejam superadas nas próximas edições. Outra questão: há tempos se discute a escassez de professores em diversas áreas do conhecimento, especialmente nas ciências exatas, biológicas e língua estrangeira. Porém, embora se reconheça que as condições de trabalho e os salários constituem barreiras ao acesso de jovens na profissão, falta vontade política de muitos gestores públicos para reverter esses problemas crônicos e históricos. O boicote ao Piso Salarial Profissional Nacional, por parte de muitos gestores, de acordo com os preceitos da Lei 11.738, que fixa valor para os vencimentos iniciais de carreira com base na jornada de trabalho (com hora-atividade), é fato comprobatório desta tese. A CNTE sempre defendeu que não basta criar mecanismos de melhoria da formação, se não houver avanços nas condições de trabalho e de vida dos profissionais. Assim, o Plano Nacional de Formação do Magistério, proposto pelo MEC, através do Decreto 6.755/09, tende a obter resultado abaixo do esperado, caso não se efetive, concomitantemente, as políticas de valorização da profissão. Uma coisa está interligada a outra. As inúmeras vagas remanescentes nos cursos de química, física, biologia, dentre outras licenciaturas, denunciam isso. Também, tudo leva a crer que o Fundeb começou a elevar a demanda por profissionais habilitados nas diferentes etapas e modalidades da educação básica. E a Emenda Constitucional nº 59/09, que estendeu a obrigatoriedade do ensino da pré-escola ao ensino médio, aliada à perspectiva de escola de tempo integral - a qual requer o fim das múltiplas jornadas dos profissionais da educação - juntas, ampliarão ainda mais a necessidade de novas contratações de profissionais. O objetivo do censo consiste não só em revelar a situação atual da escola pública, mas, fundamentalmente, em apontar os caminhos para a superação dos problemas que impedem melhorar a qualidade do ensino. É preciso, portanto, ler com atenção suas constatações, a fim de intervir sobre o que realmente importa em mudança de paradigma educacional. |
domingo, 27 de junho de 2010
Dilma encosta em Serra em Mato Grosso
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Dilma prestigia homologação das candidaturas do PT-PR-PMDB
A candidata à presidência da República, Dilma (PT), confirmou participação na convenção que irá homologar o nome do deputado federal Carlos Abicalil como candidato do PT ao Senado. Na oportunidade os pré-candidatos da coligação PT-PR-PMDB também serão homologados: o ex-governador, Blairo Maggi (PR), ao Senado, e o governador Silval Barbosa (PMDB) à reeleição.
A convenção está marcada para o dia 26 (sábado), às 10h, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.
Dilma chega ao meio-dia, conforme informação da equipe de campanha da petista. “Será um momento importante da democracia e de demonstração de nossa unidade em torno do compromisso de fazer um Mato Grosso com mais Desenvolvimento Humano e Sustentável e de fazer o Brasil continuar mudando para melhor”, o presidente do Diretório Estadual do PT-MT, deputado Abicalil.
Serviço
O Que: Convenção PT-PR-PMDB
Data: 26/06/2010
Horário: 10h
Local: Avenida Bernardo Antônio de Oliveira Neto, s/n°, Bairro Santa Marta, Cuiabá-MT. (Centro de Eventos Pantanal)
PESQUISA ELEITORAL CNI/IBOPE
Segundo o detalhamento da pesquisa, José Serra só mantém a liderança na corrida presidencial entre os eleitores da região Sul e entre os eleitores com renda familiar superior a dez salários mínimos. Dilma Rousseff lidera nas demais regiões e entre os eleitores com renda familiar entre 1 e10 salários mínimos.
No levantamento anterior, realizado em março, Dilma liderava nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Agora, ela ultrapassou Serra na região Sudeste. Ela tem 37% das intenções de voto contra 36% de Serra. Na pesquisa anterior, em um cenário com Dilma, Serra e Marina Silva, o tucano liderava com 41%, contra 28% de Dilma.
Entre os eleitores mais ricos, Serra lidera com 43% dos votos, Dilma tem 27%. Entre os que ganham até um salário mínimo, Dilma registra 40% dos votos contra 36% de Serra. Quanto ao grau de instrução, Dilma lidera entre os eleitores com ensino fundamental, médio e superior.
GOVERNO LULA VAI IMPLANTAR A BANDA LARGA POPULAR
O governo Lula decidiu investir na banda larga, dando o controle do processo à Telebrás. Mas ainda estamos carentes de detalhes sobre a implementação do plano. Um bom começo é estudar como é a situação hoje. E o melhor estudo feito até agora veio do IPEA, divulgado no mês passado. Convido os leitores a se debruçarem sobre ele:
do site do IPEA, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Quando se trata de acesso á banda larga, o Brasil está muito aquém dos países desenvolvidos e mesmo de países como México e Turquia. Apenas 12 milhões de domicílios (21% da população brasileira) têm banda larga. O acesso é praticamente inexistente no Amapá e Roraima. Se continuar assim, o País ficará ainda mais distante do grupo de economias avançadas. Essa é uma das conclusões do Comunicado do Ipea n° 46 Análise e recomendações para as políticas públicas de massificação de acesso à internet em banda larga, divulgado na segunda-feira, 26.
O estudo feito pela Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura (Diset), alerta que a União Internacional das Telecomunicações (UIT), órgão da ONU para o setor, classificou o Brasil em 60° lugar em 2009, enquanto a Argentina situou-se em 49º, a Rússia em 48º e a Grécia em 30º lugar. O índice utilizado na classificação refere-se ao comportamento de 11 indicadores do setor internacionalmente comparados.
Um dos problemas alarmantes do Brasil é o gasto médio com banda larga, que, em 2009, equivalia, proporcionalmente, a 4,58% da renda mensal per capita, enquanto na Rússia esse índice era de menos da metade: 1,68%. Já nos países desenvolvidos, essa mesma relação situa-se em torno de 0,5%, ou seja, quase dez vezes menor que no Brasil.
Outro desafio é que, mesmo sujeita a livre concorrência, a oferta do acesso à banda larga é exageradamente concentrada no País. O baixo nível de competição explica, em parte, o elevado preço do serviço e a baixa densidade. A velocidade de acesso também preocupa, pois em 54% dos domicílios com banda larga a velocidade é predominantemente menor ou igual a 1 Mbps.
O técnico Luis Cláudio Kubota apresentou sugestões de políticas públicas para mudar esse quadro. Segundo ele, é preciso aumentar a competição e só a redução dos tributos não vai resolver. Seriam necessárias políticas regionais voltadas para municípios e principalmente para as áreas rurais, em que apenas 3,1% têm acesso à banda larga.
“As medidas regulatórias e sua efetiva implementação têm um papel importante na redução do gap de mercado. Mas em países onde existe uma distribuição de renda muito desigual, como é o caso brasileiro, só esses mecanismos regulatórios não serão suficientes. É necessária a ação do governo em termos de incentivos e subsídios para a inclusão dessas camadas mais desfavorecidas e mais distantes dos grandes centros”, defendeu o pesquisador.
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Para reação das telefônicas ao PNBL:
Teles querem barrar plano de banda larga, diz jornal
Guilherme Pavarin, no portal da Exame
São Paulo — – Decepcionadas com os rumos tomados pelo Plano Nacional de Banda Larga, as empresas de telefonia cogitam recorrer à Justiça para impedir que a Telebrás ofereça internet rápida aos usuários finais.
A notícia foi passada hoje pela Folha de S. Paulo, reportando que, ontem, enquanto os ministros divulgavam os detalhes do Plano no Palácio do Planalto, presidentes da Claro, CTBC, Embratel, GVT, Oi, TIM e Vivo realizaram uma teleconferência para discutir a decisão do governo de usar a Telebrás como gestora do projeto.
Segundo o jornal, alguns executivos afirmam que antigas concorrentes, como Embratel, GVT, Oi e Telefônica, estão unidas por se sentirem ameaçadas com a perspectiva de concorrência estatal no segmento de banda larga.
O desapontamento das teles teria sido causado pela falta de participação das empresas nas decisões do Plano, anunciado “de surpresa” anteontem, por meio de fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
No informe, foi decidido que a Telebrás atuará na chamada “última milha” somente nas cidades onde as empresas privadas não se interessem pelo negócio, ou prestem o serviço de forma imprópria. Para os executivos das companhias de telefonia, de acordo com a Folha de S. Paulo, essa possibilidade seria algo muito vago e subjetivo.
As teles ainda entendem que a lei que criou a Telebrás só permitiria que ela operasse a rede de banda larga com autorização do Congresso Nacional, por meio de uma nova lei. Reativar a Telebrás como prestadora de serviço, segundoelas, seria uma quebra nos compromissos assumidos pelo governo brasileiro durante a privatização da telefonia em 1998.
Fonte: viomundo.com.br Luiz Carlos Azenha
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Geração de emprego com carteira assinada bate recorde em maio, aponta Caged
O Brasil gerou 298.041 empregos com carteira assinada em maio. Foi o melhor resultado para o mês de maio e o quarto melhor desempenho mensal do mercado de trabalho em toda a história do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Nos primeiros cinco meses do ano, o número de novos empregos formais somou 1,26 milhão, mais da metade da meta de 2,5% milhões prevista para todo este ano.
O desempenho do mercado de trabalho entre janeiro e maio animou o ministro Carlos Lupi a aumentar a previsão do governo sobre a geração de empregos em 2010 e ao longo dos oito anos de Governo Lula. Segundo Lupi, a criação de empregos durante os dois mandatos de Lula deve chegar a 15 milhões. De janeiro de 2003 ao fim de maio de 2010 foram gerados 13.013.131 postos de trabalho.
O ministro acredita que a Copa do Mundo de futebol e as eleições vão aumentar o número de trabalhadores empregados.“A Copa do Mundo e as eleições impulsionam a economia e criam empregos temporários e na indústria. Isso gera um efeito sazonal”, explicou.
Em maio, o setor Serviços contratou mais 86.104 trabalhadores. A agricultura empregou mais 62.247 pessoas e registrou a maior elevação do nível de emprego no mês dentre todos os setores e subsetores de atividade econômica. Esse desempenho, de acordo com o Ministério do Trabalho, está associado à interação entre fatores conjunturais e sazonais, estes relacionados às atividades de cultivo de cana-de-açúcar e café na Região Sudeste.
A Indústria de Transformação criou mais 62.220 postos de trabalho. E, pelo terceiro mês consecutivo, o setor Comércio apresentou desempenho recorde, com a geração de 43.465 empregos, sobretudo no segmento varejista.
Já a Construção Civil teve, em maio, o quinto mês consecutivo de geração recorde de empregos. Contratou quase 40.000 trabalhadores.
Brasília Confidencial
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Em entrevista ao Congresso em Foco
Abicalil responde a Serys: “Não cassei ninguém”
Em reação à entrevista concedida pela senadora do Mato Grosso ao Congresso em Foco, deputado diz que sua candidatura foi definida de forma democrática, pela vontade da base do PT no estado.
De acordo com o deputado, o partido nunca aderiu à tese de que os senadores em final de mandato são candidatos naturais à reeleição, como reclama a senadora. Segundo ele, esse entendimento é característico da ditadura. Ele afirma, ainda, que foi a própria parlamentar que preferiu ir para as prévias, diante da impossibilidade de um acordo entre os dois.
“Não tenho nenhum ódio ou ressentimento, minha consciência é tranquila com a lealdade ao PT, à trajetória do Partido dos Trabalhadores. Não cassei a oportunidade de ninguém, ninguém que é hoje portador de um mandato é naturalmente portador do próximo mandato. Isso aí é um raciocínio rigorosamente inaceitável na prática democrática. O tempo da dinastia já passou”, disse o deputado.
No dia 18 de abril, Serys perdeu as prévias realizadas pelo partido no estado. Em entrevista exclusiva ao site, a petista chamou Abicalil de algoz e o acusou de ter lhe cassado a chance de tentar um novo mandato. A senadora adiantou que não votará no companheiro de legenda para o Senado por considerá-lo um “traidor”.
O deputado foi procurado antes da publicação da entrevista pelo Congresso em Foco, mas informou que só se manifestaria após ver a íntegra das declarações de Serys. “Vejo como mostra de ressentimento, de uma mágoa profunda. Não houve traição, houve consulta à base partidária. Não posso entender que a base partidária não tenha suas razões para decidir por um ou outro. Essa classificação é absolutamente despropositada e produto dessa mágoa profunda. Não é racional”, afirmou o deputado. “Repudio veementemente a declaração dela de que eu teria me apoderado do partido”, acrescentou.
Veja a íntegra da entrevista do deputado:
Congresso em Foco – A senadora Serys Slhessarenko chamou o senhor de traidor, oportunista e desleal em entrevista a este site. Como o senhor avalia essas declarações?
Carlos Abicalil - Vejo como mostra de ressentimento, de uma mágoa profunda. Não houve traição, houve consulta à base partidária. Não posso entender que a base partidária não tenha suas razões para decidir por um ou outro. Essa classificação é absolutamente despropositada e produto dessa mágoa profunda. Não é racional.
Mas ela não tem razão quando diz que há uma tendência natural de os partidos darem vaga aos senadores bem avaliados em fim de mandato?
Esse tema foi intensamente debatido em todo o processo anterior à prévia. Ela fez todo tempo a defesa da candidatura nata, um dispositivo inclusive usado pela ditadura militar, mas que no Partido dos Trabalhadores, desde sua fundação, nunca teve vigência. Recentemente, outro colega de Senado dela perdeu a candidatura para a deputada Ângela no estado de Roraima [o senador Augusto Botelho perdeu a vaga para a deputada Ângela Portela]. Foi uma decisão da base partidária, decisão tomada em encontro. Ela preferiu e exigiu uma consulta à base, pela prévia, e não por meio de um encontro de delegados. Estou seguro que cumpri todas as regras partidárias da tradição do PT ao longo destes 30 anos. Estou sereno de que a decisão foi tomada pela base do partido, não foi pela cúpula nem pelo presidente. Repudio veementemente a declaração dela de que eu teria me apoderado do partido. Até porque ela foi presidente regional do partido em 2006 e candidata a governadora naquele ano porque era maioria. Eu era minoria no partido, e não fiz qualquer cavalo de batalha em relação a isso, porque essa maioria foi conquistada com a presença e a participação democrática dos filiados ao PT. Acho uma ofensa à base do partido.
A senadora aponta irregularidades nas prévias e contesta na Justiça a sua vitória. Houve algum problema no processo?
Uma dessas irregularidades que ela aponta foi desmentida no dia seguinte pelo próprio declarante, que foi filmado numa gravação, ao que tudo indica secreta, divulgada no YouTube, jamais recorrida no interior do partido. O próprio declarante assina nota como membro do diretório municipal negando aquilo que eventualmente o conduziram a dizer numa gravação completamente produzida.
A senadora diz que não vota no senhor para senador porque não vota em traidor. Isso não é prejudicial para suas pretensões?
Isso é uma questão de foro íntimo. As pessoas têm o direito de votar secretamente. Se a senadora avalia que - pelo fato de o PT ter decidido que eu sou o candidato, e não ela - não deve votar em mim, ela deve com a sua intimidade refletir sobre os compromissos partidários que ela mesma levanta nos 20 anos de trajetória.
O senhor apóia a candidatura dela como vice do peemedebista Silval Barbosa?
Essa é uma conversação iniciada entre o governador e ela. Ela repudiou de imediato. Diz hoje que está refletindo. E o partido nem eu colocaremos qualquer tipo de objeção. Mas não é um pleito do PT, segundo decisão do encontro.
Por essa decisão, o PT teria somente a vaga ao Senado. É isso?
Essa é a decisão do encontro estadual de que ela participou inclusive.
O senhor acredita que o PT de Mato Grosso corre risco de ficar sem bancada no Congresso, como diz a senadora?
Talvez isso seja mais produto do desejo de revide dela do que um dado de realidade. Estou inteiramente dedicado a fazer com que mantenhamos a bancada federal, que tenhamos ampliação da bancada estadual, numa coligação que é a mais forte que o PT já teve nesse período. E integralmente afinada com a orientação nacional do congresso do PT e de todas as decisões da direção nacional. Eu tenho convicção e me dedicarei muito para que isso seja exitoso. Essa é nossa pauta prioritária.
A senadora diz que o senhor propôs que ela saísse candidata a deputada porque poderia, assim, aumentar a bancada na Câmara, coisa que o senhor não conseguiria. O senhor confirma essa conversa?
Continuo com essa mesma opinião, porque juntos ela e o Ságuas Moraes, que foi secretário de Educação e hoje é deputado estadual, teriam condição de dobrar a votação que o PT teve, em 2006, quando ela foi candidata a governadora, numa aliança muito estreita, que me deu uma possibilidade dificílima de alcançar o coeficiente eleitoral. Quem acompanhou as eleições em Mato Grosso sabe da dificuldade que foi pra nós conseguirmos a recondução do mandato. Essa foi uma trajetória decidida pela maioria do partido, e não teve de mim qualquer tipo de acusação ou descompromisso.
O senhor pretende conversar com a senadora para apaziguar os ânimos dentro do partido?
Tenho feito aquilo que cabe ao presidente, e tenho realizado, com humildade e muita serenidade, as disposições de um diálogo que ela prefere fazer pela imprensa. Sem acusações, sem ressentimento, sem estar me pautando por um debate que acho inapropriado e público, que deve ser resolvido no interior do partido. Da minha parte sigo sereno, sabendo que estou numa tarefa que é difícil. Mas nunca foi diferente em período anterior, com a responsabilidade de dirigir um partido que tem alta responsabilidade tanto estadual quanto nacional.
O senhor reconhece ter cometido algum equívoco na condução de todo esse processo?
Mas qual teria sido o equívoco? Quem optou por prévias foi ela. Foi ela que disse que, se não houvesse prévias, recorreria para o cumprimento do estatuto. Quem optou por essa via foi a senadora, provavelmente ela estava segura de que ganharia. E não ganhou. Quem pediu esse método não fui eu. Aliás, me esforcei para que esse método fosse diferente. Na discussão interna do partido, defendi orientação do diretório nacional para que definíssemos isso em encontro. Ate o dia 30 de março, como foi pactuado na presença do presidente nacional do partido, não fiz campanha, diferente da minha concorrente. E no dia 18 de abril fizemos as prévias.
Ela também critica o papel do diretório nacional na realização das prévias. Como o senhor avalia a participação do diretório nacional nessas discussões?
O diretório nacional julgou aquilo que considerava oportuno julgar. Como não houve entendimento anterior, como a senadora não aceitou outra via, o tempo todo ela dizia “ou sou candidata ao Senado, ou não sou candidata a nada”. Quem acompanhou viu, de janeiro pra cá, que essa afirmação foi constante. Qualquer outra possibilidade só dependia de uma flexão da minha parte.
Esse tipo de disputa interna não é ruim para o PT?
Mas será que é só no Partido dos Trabalhadores que tem esse tipo de situação? Vocês mesmos têm acompanhado disputas em outros partidos. A diferença é que, no PT, boa parte dos seus colegas utiliza a expressão racha ou crise profunda. Quando se trata de outros partidos, os termos são mais amenos. No PSB não tem problemas? No PMDB, no PSDB, no Democratas, não tem problema? Isso é próprio da vida partidária e da democracia.
O senhor teme que essa disputa interna prejudique a candidatura de Dilma Rousseff em Mato Grosso?
Eu farei o possível para que isso não ocorra. E, pelo que li, a senadora também o fará.
Há possibilidade de reconciliação até as eleições?
Da minha parte, estou disposto a qualquer tipo de pactuação interna. Porque, repito, não tenho nenhum ódio ou ressentimento, minha consciência é tranquila com a lealdade ao PT, à trajetória do Partido dos Trabalhadores. Não cassei a oportunidade de ninguém, ninguém que é hoje portador de um mandato é naturalmente portador do próximo mandato. Isso aí é um raciocínio rigorosamente inaceitável na prática democrática. O tempo da dinastia já passou. Acho que a serenidade convém a todos nós. A senadora disse que está refletindo sobre a possibilidade de aceitar ou não participar do processo eleitoral. Desejo que até o dia da convenção, 26, que ela faça essa reflexão com serenidade. Desejo muito. E que, depois da convenção, ela esteja engajada na campanha com o êxito que o PT merece, a sociedade brasileira deseja e ela manifesta ser o dela também.
Julio Viana debate Modernização das Relações de Trabalho
Central Única dos Trabalhadores em Mato Grosso elabora plano centrado em informações. Um dos pontos é a criação do "Observatório do Trabalho" |
Uma nova sede para a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego "Na Semana do Trabalhador, a CUT-MT pauta o que considera mais urgente no nosso Estado para modernizar as relações do trabalho", ponderou Julio Viana. O presidente defendeu a criação do "Observatório do Trabalho A implantação efetiva da Agenda do Trabalho Decente Segundo dados apresentados pela CUT/MT, dois terços da população economicamente ativa de Mato Grosso atuam na informalidade, sem as garantias previstas nas leis trabalhistas. "Precisamos assegurar um ambiente condizente com a modernização apresentada pelos processos produtivos, com proteção social, conforme previsto na legislação", endossou Julio Viana. Valdiney de Arruda disse que a pauta apresentada pela CUT/MT é extremamente pertinente. "A proposta de colocar estes pontos em debate, como prioritários, chega em boa hora e faremos com que todos os indicadores mostrados passem, como outras pautas, a serem centrais na discussão do desenvolvimento do Estado", destacou o superintendente. A intenção é a criação de uma agenda de atividades, com a realização de oficinas, envolvendo representantes de entidades governamentais e não-governamentais que tenham interesse na implantação destas medidas. Interiorização da SRTE/MT - A entidade sugeriu a redação de um manifesto que deverá ser entregue ao governador do Estado, Silval Barbosa, solicitando a construção de uma sede adequada da SRTE/MT na capital mato-grossense, além da interiorização da Superintendência nos polos regionais. "É imprescindível a criação de gerências nas regiões de forma a propiciar um atendimento mais adequado e próximo das demandas trabalhistas", afirmou Julio Viana. Além das ações de fiscalização, a interiorização garantirá a implantação de programas na área da formação profissional, economia solidária, trabalho decente e outras iniciativas do órgão em todo território mato-grossense. "Houve um aumento considerável no número de empregos gerados |
Pau e Prosa Comunicação |
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Perigo para democracia
4-) Em 1988, Walter Fanganiello Maierovitch era juiz da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo. Flavio Bierrenbach, hoje Ministro do Tribunal Superior Militar, no dia 29 de outubro de 1988 foi ao horário eleitoral gratuito e faz a seguinte declaração: “No dia 15 de novembro, João Leiva vai ter que derrotar dois Malufs. Um Maluf todo mundo conhece, aquele que nasceu no lodo da ditadura. O outro, poucos conhecem. José Serra entrou pobre como Secretario do Planejamento de Franco Montoro e saiu rico”. Serra abriu um processo contra Bierrenbach por calúnia, difamação e injúria. Este processo foi parar nas mãos do juiz Maierovitch. Foi quando Bierrenbach entrou com recurso pedindo “exceção da verdade”, ou seja, queria provar que o que ele disse era verdade. O juiz Maierovitch recebeu o recurso e encaminhou os pedidos para ter acesso à declaração de renda de Serra à Receita Federal, à movimentação de contas em bancos, à prestação de contas de Serra à Justiça Eleitoral, à convocação de testemunhas. Após várias manobras, Serra conseguiu travar o processo na justiça para não ser investigado. (Fonte: PHA)
5-) O governo tucano, dominante em São Paulo, barra todas as CPI’s que tentam investigar possíveis desvios na sua gestão. Dos 83 engavetamentos de CPI na Assembléia Paulista, 70 aconteceram na gestão Geraldo Alckmin, e 13 no atual governo. Sob Serra, os pedidos de investigação não obtiveram sequer o número de assinaturas necessárias para que as CPIs fossem protocoladas. Entre elas estão a CPI da Máfia caça níqueis, a CPI das Estatísticas criminais, que buscavba investigar a omissão de dados da violência no Estado; a CPI do Baixo desempenho escolar; a dos Cartões corporativos que tinha como alvo de investigação os gastos de R$ 108 milhões, "aplicados" até em casas noturnas; a CPI das Ongs no Governo Alckmin (60 contratos sem licitação e prejuízo de R$ 80 milhões); a CPI das Rodovias, para investigar as privatizações tucanas e os pedágios mais caros do país; a CPI da Alstom, que envolve contratos bilionários da multinacional francesa com o governo paulista; além de várias outras. (Fonte: Vermelho)
6-) Recentemente, os professores da rede estadual decidiram paralisar as escolas. O protesto foi motivado pela proposta, feita pelo governo, de incorporar as gratificações ao salário dos professores. Com esse projeto, o reajuste salarial da categoria ficaria em apenas 0,27% para professores até a 4ª série do ensino fundamental, além de 0,59% para os professores da 5ª série do ensino fundamental ao ensino médio. Em outro local, os servidores da saúde também fizeram uma passeata pela manhã e entraram em “estado de greve. Além de reajustes, eles reclamam que Serra promove um sucateamento do sistema em todo o estado. Segundo a categoria, as terceirizações no sistema prejudicam servidores e pacientes. Foi adotado o estado de greve, e os trabalhadores se preparam para montar um calendário com as paralisações. Os policiais também ameaçam com paralisações. (Fonte: Vermelho)
7-) No estado de São Paulo, até o final de janeiro, cerca de 70 pessoas já haviam morrido em decorrência dos desabamentos e afogamentos; 132 cidades paulistas tinham sido atingidas por inundações e desmoronamentos; bairros da capital e 26 municípios do interior estavam alagados. Este é o cenário resultante do descaso do governo, que passou a investir mais em publicidade do que em obras. De acordo com dados do Orçamento do Estado, em 2010 houve redução de 20% nas operações de combate a enchentes. Em 2009, foram previstos R$ 252 milhões; já em 2010, estão estimados R$ 200 milhões – uma queda de R$ 51,5 milhões. “Os números revelam que será cortado quase o dobro do valor dos atuais contratos para desassoreamento da calha do Rio Tietê, que somam R$ 27,2 milhões. O orçamento estadual também prevê menos investimentos em serviços e obras complementares da Bacia do Alto Tietê. O corte proposto para 2010 é de 61%. Já no Departamento de Água e Energia Elétrica, órgão do governo responsável pelas obras da calha do Tietê, foi previsto um corte de R$ 20,3 milhões. (Fonte: Blog do Miro)
8-) Sucateamento do ensino estadual. O salário que um professor doutor recebe hoje é cerca de R$ 6.300,00, mas, o que chega efetivamente às suas mãos, após desconto da previdência e do imposto de renda, fica em torno de R$ 4.500,00. Nada que dignifique um profissional que, tipicamente, passou mais de seis anos completando sua formação universitária em nível de pós-graduação. Na briga por alunos, as faculdades privadas sabem que devem apostar na qualidade de seus professores; logo, vão buscar os talentos das universidades públicas. Em várias faculdades públicas já estão faltando professor. As universidades públicas correm, assim, o risco de não mais atrair os melhores alunos e, aí, está selado o sucateamento definitivo. Os funcionários da USP foram protestar por melhores salários. A reação de José Serra? Mandar a cavalaria para cima dos estudantes e professores, gerando um vergonhoso conflito no campus onde algumas pessoas saíram feridas. (Fonte: Folha, UOL e ADUSP)
9-) Não se engane quando você ouve nos comerciais pessoas risonhas e contentes bradando que nunca antes se investiu tanto em transporte em São Paulo. Ora! O governo PSDB está há 16 ANOS, ou seja, se nunca se investiu antes, a culpa é única e exclusiva dos governantes do partido. E nestes 16 anos de governo do PSDB em São Paulo, foram entregues 15 novas estações, sendo que apenas uma delas, a Alto do Ipiranga, foi entregue em um ano impar (2007). Ou seja, todas as outras foram concluídas em anos eleitorais. A linha Amarela 4 – Amarela deve começar a operar com apenas duas estações, Paulista-Faria Lima, até o final de março. Em abril, o governador José Serra deve se licenciar do cargo para se candidatar à presidência. Mais quatro estações serão inauguradas até o final do ano. As outras cinco previstas devem ser concluídas em 2012 e 2014. O ritmo acelerado propagandeado pela publicidade contrasta com os dados dos 16 anos de PSDB. Foram apenas 28 km de Metrô construídos. Desse total, 8 km são da linha lilás, que liga o Capão Redondo, na Zona Sul, ao Largo Treze, na mesma região. Esse trecho não tem conexão com nenhuma outra linha do Metrô. As outras ampliações se deram na linha verde e vermelha. Esse crescimento tímido da malha viária não tem comportado o crescimento da demanda pelo transporte. O Metrô de São Paulo é considerado pela CoMET (Comunidade de Metrôs) como o mais lotado do mundo, com 10 milhões de passageiros por quilômetro de linha. Mesmo com o incremento que será propiciado com a linha-4, o Metrô paulista continuará ostentando esse título e ainda será o menor entre as 10 maiores metrópoles do mundo. (Fonte: Brasil de Fato)